quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O amanhã nem sempre pode existir

Quem sabe chorar faça bem a alma
Quem sabe viver faça bem a você
Quem sabe a morte seja em vão

As coisas não se movem sozinhas
O mundo gira em torno do sol
Os caminhos precisam ser trilhados

Mas suas pernas não caminham sozinhas
Seus pés não carregam somente a sí
Acompanhe a dança da vida

O amanhã nem sempre pode existir

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Nunca amei alguém. E hoje pareço entender o porquê. Sou tão intensa que carrego em mim, naturalmente, todas as sensações de quem ama. E isto já basta. Amo independente de haver um alvo. Amo independente da coisa amada. Isto porque amo as coisas que eu invento.

Imagine Michelangelo rabiscando, de cima a baixo, a Capela Sistina...
Imagine Da Vinci retalhando a Mona Lisa...
Imagine Van Gogh destruindo, a pontapés, seus girassóis...
Agora, me imagine destruindo esta cena perfeita que eu mesma criei.

E quando um beijo é capaz de silenciar palavras tolas de quem só quer disfarçar a timidez com uma reação verborrágica, passo do paraíso ao inferno num fechar de olhos!
Aí percebo que viver com o amor que eu criei é muito mais simples, mais cômodo, menos patológico e patético. No meu mundo é só eu e ele – o amor que eu criei – e não preciso que um telefone toque para que ele acorde. Não careço de uma mensagem na caixa postal para que ele sossegue. Não preciso de mãos firmes e respiração quente para que ele se refresque. Por outro lado, decidi que para merecer pelo menos uma letra da minha biografia, há de ser no mínimo perturbador.

Me parece que os beijos bem articulados – aqueles que vêm acompanhados de mãos atrás da nuca e apnéia – me roubam a alma! Me seqüestram este amor que, por si só, solitário em mim, é tão cauteloso, e sereno, e leve, e absoluto.

 
Retirado de algum blog visitado, perdão, não recordo qual.